"Meu Quintana, os teus cantares
Não são, Quintana, cantares:
São, Quintana, quintanares."
Mario de Miranda Quintana nasceu na cidade de Alegrete (RS), no dia 30 de julho de 1906, quarto filho de Celso de Oliveira Quintana, farmacêutico, e de D. Virgínia de Miranda Quintana. Com 7 anos, auxiliado pelos pais, aprende a ler tendo como cartilha o jornal Correio do Povo. Seus pais ensinam-lhe, também, rudimentos de francês.
No ano seguinte, 1925, retorna a Alegrete e passa a trabalhar na farmácia de seu pai. No ano seguinte sua mãe falece. Seu conto, A Sétima Personagem, é premiado em concurso promovido pelo jornal Diário de Notícias, de Porto Alegre.
O pai de Quintana falece em 1927. A revista Para Todos, do Rio de Janeiro, publica um poema de sua autoria, por iniciativa do cronista Álvaro Moreyra, diretor da citada publicação.
Em 1939, Monteiro Lobato lê doze quartetos de Quintana na revista lbirapuitan, de Alegrete, e escreve-lhe encomendando um livro. Com o título Espelho Mágico o livro vem a ser publicado em 1951, pela Editora Globo.
Com 60 poemas inéditos, organizada por Rubem Braga e Paulo Mendes Campos, é publicada sua Antologia Poética, em 1966, pela Editora do Autor - Rio de Janeiro. Lançada para comemorar seus 60 anos, em 25 de agosto o poeta é saudado na Academia Brasileira de Letras por Augusto Meyer e Manuel Bandeira, que recita o seguinte poema, de sua autoria, em homenagem a Quintana:
Meu Quintana, os teus cantares
Não são, Quintana, cantares:
São, Quintana, quintanares.
Quinta-essência de cantares...
Insólitos, singulares...
Cantares? Não! Quintanares!
Quer livres, quer regulares,
Abrem sempre os teus cantares
Como flor de quintanares.
São cantigas sem esgares.
Onde as lágrimas são mares
De amor, os teus quintanares.
São feitos esses cantares
De um tudo-nada: ao falares,
Luzem estrelas luares.
São para dizer em bares
Como em mansões seculares
Quintana, os teus quintanares.
Sim, em bares, onde os pares
Se beijam sem que repares
Que são casais exemplares.
E quer no pudor dos lares.
Quer no horror dos lupanares.
Cheiram sempre os teus cantares
Ao ar dos melhores ares,
Pois são simples, invulgares.
Quintana, os teus quintanares.
Por isso peço não pares,
Quintana, nos teus cantares...
Perdão! digo quintanares.
A Antologia Poética recebe em dezembro daquele ano o Prêmio Fernando Chinaglia, por ter sido considerado o melhor livro do ano. Recebe inúmeras homenagens pelos seus 60 anos, inclusive crônica de autoria de Paulo Mendes Campos publicada na revista Manchete no dia 30 de julho.
Preso à sua querida Porto Alegre, mesmo assim Quintana fez excelentes amigos entre os grandes intelectuais da época. Seus trabalhos eram elogiados por Carlos Drummond de Andrade, Vinícius de Morais, Cecília Meireles e João Cabral de Melo Neto, além de Manuel Bandeira. O fato de não ter ocupado uma vaga na Academia Brasileira de Letras só fez aguçar seu conhecido humor e sarcasmo. Perdida a terceira indicação para aquele sodalício, compôs o conhecido
Poeminho do Contra
Todos esses que aí estão
Atravancando meu caminho,
Eles passarão...
Eu passarinho! (Prosa e Verso, 1978)
Quintanares é impresso em 1976, em edição especial, para ser distribuído aos clientes da empresa de publicidade e propaganda MPM. Por ocasião de seus 70 anos, o poeta é alvo de excepcionais homenagens. O Governo do Estado concede-lhe a medalha do Negrinho do Pastoreio — o mais alto galardão estadual. É lançado o seu livro de poemas Apontamentos de História Sobrenatural, pelo Instituto Estadual do Livro e Editora Globo.
Falece, em Porto Alegre, no dia 5 de maio de 1994, próximo de seus 87 anos, o poeta e escritor Mario Quintana.
Escreveu Quintana:
"Amigos não consultem os relógios quando um dia me for de vossas vidas... Porque o tempo é uma invenção da morte: não o conhece a vida - a verdadeira - em que basta um momento de poesia para nos dar a eternidade inteira"
E, brincando com a morte: "A morte é a libertação total: a morte é quando a gente pode, afinal, estar deitado de sapatos".
- Obras em português:
- A Rua dos Cata-ventos (1940)
- Canções (1946)
- Sapato Florido (1948)
- O Batalhão de Letras (1948)
- O Aprendiz de Feiticeiro (1950)
- Espelho Mágico (1951)
- Inéditos e Esparsos (1953)
- Poesias (1962)
- Antologia Poética (1966)
- Pé de Pilão (1968) - literatura infanto-juvenil
- Caderno H (1973)
- Apontamentos de História Sobrenatural (1976)
- Quintanares (1976) - edição especial para a MPM Propaganda.
- A Vaca e o Hipogrifo (1977)
- Prosa e Verso (1978)
- Na Volta da Esquina (1979)
- Esconderijos do Tempo (1980)
- Nova Antologia Poética (1981)
- Mario Quintana (1982)
- Lili Inventa o Mundo (1983)
- Os melhores poemas de Mario Quintana (1983)
- Nariz de Vidro (1984)
O Sapato Amarelo (1984) - literatura infanto-juvenil
- Primavera cruza o rio (1985)
- Oitenta anos de poesia (1986)
- Baú de espantos ((1986)
- Da Preguiça como Método de Trabalho (1987)
- Preparativos de Viagem (1987)
- Porta Giratória (1988)
- A Cor do Invisível (1989)
- Antologia poética de Mario Quintana (1989)
- Velório sem Defunto (1990)
- A Rua dos Cata-ventos (1992) - reedição para os 50 anos da 1a. publicação.
- Sapato Furado (1994)
- Mario Quintana - Poesia completa (2005)
- Quintana de bolso (2006)
Sensacional, prometo ser um assíduo nessa página riquíssima de variedades e de grandes nomes da literatura mundial.
ResponderExcluirTenho três paixões, a vida, minha família e as letras.
ESCREVO
Escrevo porque despertei do meu sono acordando os meus sonhos, vivo a realidade que a vida me ensina e que o meu coração insiste em absorver.
Escrevo, porque os meus sonhos foram despertados pelo meu sono e insisto em sonhar para que minhas mãos lépidas se façam no papel desenhar.
Em fim, escrevo porque a necessidade de expressão me fez poeta.
Luiz Menezes de Miranda
Obrigado pela visita. espero q retorne mais vezes e q se sinta a vontade para escrever aqui no blog!
Excluirabraçp
FRAÇÕES
ResponderExcluirVocê me fez sonhar
O meu melhor sonho
Me fez sentir
O momento mais feliz da minha vida
Estendeu os teus braços
Para o descanso do meu carinho
Você é a mais linda
De todas as minhas poesias
Te amo
Não pelo que você me dá
Mas pelo tudo que você é
Quero viver o seu momento
Não em frações
Quero o seu inteiro
Vem, fica comigo
Seja meu eu
Junte-se a mim
Que sou totalmente teu.
Te amo
Luiz Menezes de Miranda
SER POETA
ResponderExcluirSer poeta é ter inspiração
Criar imagens, rimas e fantasias
Viver de sonhos glórias e utopias.
Ser poeta
É tonaliza tristezas e alegrias
Provar a vida em emoções
Tremer a terra, uivar o mar
Evitar que a lágrima
Escorra do coração
Ser poeta é deslumbrar o belo
O canto o encanto o vazio e o nada
Fazer florescer de dentro de uma pedra
Os mais belos dos belos que encante a vida
Ser poeta é abrir os braços
Encher o peito
E dizer, vai versos
Ser poeta é não ter nome
Ser um anônimo
Mesmo sendo sinônimo
Entre milhares de versos
Ser poeta é dom
É ter a rima, canta, recita
Ínsita, instiga mensura
Somente o belo
Ser poeta é ser poeta
Diante de tantos
Que vê de forma diferente
O diferente de uma vida.
Luiz Menezes de Miranda
SABOR DE UM BEIJO
ResponderExcluirVocê conhece o gosto da minha boca?
O sabor adocicado da minha língua?
O suspiro da minha angústia?
Quando os meus lábios tocam os seus?
Não negues as digitais
De nossos lábios provados
De salivas como testemunha
Sabor marcante de um beijo alucinante
São eternas as lembranças
Delirante os prazeres
De dois lábios colados
Simplesmente provando o amor
Quem desmente uma verdade
De duas bocas coladas
Sussurrando segredos
Quem só a elas pertencem?
São momentos íntimos
É uma linguagem única
Palavras, letras e gestos
São recursos limitados
Para que possamos
Determinar o gosto de um beijo
Luiz Menezes de Miranda
SABOR DE UM BEIJO
ResponderExcluirVocê conhece o gosto da minha boca?
O sabor adocicado da minha língua?
O suspiro da minha angústia?
Quando os meus lábios tocam os seus?
Não negues as digitais
De nossos lábios provados
De salivas como testemunha
Sabor marcante de um beijo alucinante
São eternas as lembranças
Delirante os prazeres
De dois lábios colados
Simplesmente provando o amor
Quem desmente uma verdade
De duas bocas coladas
Sussurrando segredos
Quem só a elas pertencem?
São momentos íntimos
É uma linguagem única
Palavras, letras e gestos
São recursos limitados
Para que possamos
Determinar o gosto de um beijo
Luiz Menezes de Miranda
Em agradecimento deixo o meu abraço...... Abraço não precisa de equipamentos pilhas ou baterias, é só abrir os braços e deixar o amor fluir.
ResponderExcluirAceite o meu abraço
UM ABRAÇO
Um abraço, dois abraços
São quatros braços se abraçando
Um abraço diz muitas coisas
Fala até pelo coração
Um abraço bem apertado
Afasta até solidão
Sustenta lágrima
Germina amores
Na terra fértil do coração
Um abraço bem abraçado
Ameniza um grande não
Guarda juras e segredo
É o bálsamo do perdão
Um abraço bem abraçado
Serve até de cobertor
Aquecendo o coração
E curando uma grande dor
Um abraço diz muitas coisas
Que são difíceis para descrever
Não tem palavra que o decifre
É necessário que o pratique
Um abraço é tão sublime
Que consegue com facilidade
Conter o jorro de palavras
Somente em um enlace
Um abraço bem abraçado
É tão gostoso de sentir
É um compasso de quatros braços
Não tem quem possa resistir.
Luiz Menezes de Miranda
PATRIA MINHA
ResponderExcluirPátria minha tão ferida
Pátria minha destruída
Pátria minha despatriada
Pátria minha tão amada
Pátria minha de políticos
Cachaceiros e mensalão
Pústulas, mentirosos
Miseráveis da Nação
Pátria minha retalhada
Em classe social
Em uma vive o povão
Em outra impera os ladrões
Pátria minha de escabiosos
Trambiqueiros e safadões
Tem mundanas bem vestidas
Com dinheiro da nação
Pátria minha
Como seus filhos sofredores
Pátria minha de horrores
Mesma jogada ao leu
A vossas cores pátria mãe
Eu ainda sou fiel
Ainda ostenta os seus lábaros
Pátria minha desonrada
De um gigante adormecido
Pelas forças das maldades
De um grito se fez livre
Independente assim tornou-se
Pátria minha de partilhas
Pátria minha de horrores
Pátria minha de um povo herói
Que sorrir mesmo forçado
Pátria da desmata
Pátria minha passa fome
Pátria minha populosa
Governada por bem poucos
Pátria minha enganada
É traída e mal tratada
Quem me dera acordar
Esse gigante adormecido
Com a ânsia de uma foice
Degolar seus traidores
Pátria minha eu te amo
E com a força varonil
Pátria minha meu quinhão
Pátria minha meu, BRASIL
Luiz Menezes Miranda
EXISTÊNCIA
ResponderExcluirSe soubesse que a placidez do teu olhar faria tanta falta?
Escolheria outra dimensão para ter surgido,
Poupando-me de todo padecer.
A minha atual condição.
Inconscientemente converto
Os poucos quilômetros que nos separam em anos-luz
Por penúria da rotina.
Distância.
Talvez, se, tivesse o conhecimento
De que o teu abraço era o que complementaria o meu espírito
Reconhecendo o estado de meio vazio ao invés de (meio) cheio
Adiaria o meu entendimento a respeito das emoções
Amealhando-me da sapiência do teu existir.
Caso, por ventura
Eu soubesse o como medir essa Saudade
E sua importância para mim
Não consideraria outra realidade
Se não essa.
Revejo fotos
Releio O livro
Reavivo o passado.
Mas ela é insaciável; Saudade.
A rotina nunca foi tão vaga, quanto hoje.
E quando te reencontro
É impossível não pensar
Que a glória da presença
Do teu sorriso não durará mais que uma tarde.
Justificando, portanto, a Incapacidade de fartar a tal. Os problemas parecem tão pequenos.
Por que não há cabeça
Que prevaleça perto da hegemonia da falta.
Fica a dúvida quanto à classificação desses problemas
Pois perderam a semântica.
Perante a Saudade
É qualquer coisa, menos um problema.
Contudo não encaro a Saudade
Como problema
Pois ela me proporciona
A segunda certeza da minha realidade.
Saber que outra vez poderei
Ter a atenção do teu olhar
Para preencher a felicidade
Poderei lhe abraçar
E saber o que é ser sereno
Fazendo-me um necessitado
Condicional da sua voz
Das tuas palavras
Da tua personalidade
E da tua existência.
Luiz Menezes de Miranda .
Já participei de vários concursos na vida, e o mais incrível é que venci todos eles, a vida sempre me escolheu para ficar na platéia batendo palmas e espalhando alegrias.
ResponderExcluirAUTOBIOGRAFIA
Eu sou um poema
Nascido de uma poesia
No palco da vida
Vou ser sempre recital
Sou composto
De várias partículas
Feitos de gozos
Delírios e amor
Eu sou utopia
Eu sou um poema
Que nessa mistura
Transborda ternura
Fazendo loucuras
No palco da vida
Eu sou um poema
Ousado atrevido
Com minhas metáforas
Enganam-se quem quer
Eu sou o meu poema.
Meu nome tem versos
Nasci de um ato liberto
De um orgasmo secreto
De dois corpos unidos
Lápis e papel
Luiz Menezes de Miranda
QUERO UMA MULHER
ResponderExcluirQuero uma mulher nua
No sentido mais completo
Da palavra despida
De coisas que lhe são peculiares
Quero uma mulher
Que acenda minha sanha
Que me faça homem
No sentido mais completo
Quero uma mulher
Que aguce o meu instinto
Que diante das suas químicas
Me faça tremer de desejo
Quero uma mulher
Que quando eu beije
Arrepie os meus pelos
E que eu fique no avesso
Quero uma mulher
Pode ser até complexa
Mas com medidas ideais
Sem usar a fita métrica
Quero uma mulher
Que não seja Amélia
Que discorde de mim
Para que tenha raiva dela
Quero uma mulher
Nos limites exigidos
Nos suspiros ilimitados
Quebrando o meu silêncio
Quero uma mulher
Com curvas esculpidas
Diretrizes definidas
Para me fazer ciúmes
Quero uma mulher
Que eu possa chamar de fêmea
Que deite na minha cama
Que me faça ser pequeno.
Luiz Menezes de Miranda
FALANDO DE AMOR
ResponderExcluirEu gosto de falar de amor
Não um amor sublimado
Não aquele amor eloqüente
Mas um amor apaixonado
Eu falo do amor concreto
Que sempre esteja carente
Para que sempre se renove
Mesmo que seja com brigas
Eu gosto de falar de amor
De amor que nos tira do sério
Que nos causas desespero
Quando diz que já se vai
Gosto sim, e como gosto
Do amor sem ter idade
Do amor com maldade
Para sustentar o ciúme
Gosto do amor vida
Com destino imprevisto
Com razões e com tormentos
Sempre alerto ao sofrimento
Gosto do amor gostoso
Das caricias assoberbadas
Dos cochichos nos ouvidos
E de pelos arrepiados
Gosto e como é gostoso o amor
Nem maldigo o meu destino
Sei que sofro no amor
Sei que o amor é dom divino.
Luiz Menezes de Miranda
UM NOVO AMOR
ResponderExcluirQuero encontrar
Uma nova forma
De dizer, te amo
Provando você
Quero poder
Despir teus beijos
E neles totalmente virgens
Sentir meus novos desejos
Quero teus olhos em cores
Olhando os meus, trocando segredos
Quero tua boca, despida de álibis
Colada na minha com sede de amor
Quero tuas mãos em laços
Laçando meus braços
Sugando minhas forças
Para que sejamos únicos
Quero penetrar no teu eu
Mergulhado em desejos
Descobrindo segredos
Que só lhe diz respeito
Quero de todas as formas
Em singelos segredos
Viajar em desejos
Por esse corpo teu
Quero não nego
Tentar encontrar
Uma nova forma
De renovar nosso amor
Luiz Menezes de Miranda
SONHOS
ResponderExcluirSONHOS
Se eu tivesse um céu
Iria colorir ele com todas as cores do mundo
Se eu tivesse uma chão
Cobriria ele com os mais belos tecidos
Pintaria de azul escuro, rosa, prateado, dourado
Da noite pediria um favor às estrelas
Poder pintar em cada uma delas uma letra do teu nome
Recolheria tudo isso e colocaria em baixo dos teus pés
Porém sou pobre e a única coisa que tenho, são meus sonhos
E todos eles estão espalhados em baixo dos teus pés
Quando for pisa, pise devagarzinho
Pise com carinho, pois estará pisado nos meus sonhos
Pise com cuidado para que eu não mate você dentro de mim.
Luiz Menezes de Miranda
SOBREVIVENTE DO DESTINO
ResponderExcluirEu já sei quais vão ser as minhas desculpas
Quando eu sair por ai
Tropeçando nos meus sofrimentos
Encarando o vazio de frente
Soprando fantasmas
Em de bolinhas de sabão.
O vento e o tempo
Quando passo por eles
Dou adeus
Eles nunca voltam
Eles sempre têm um caminho sem retorno
Triste de quem eu encontrar pela frente
Clamando justiça de certos alheios
Vou pegar a espada da fome
Levantar o meu roupão
E mostrar o quando minha barriga está vazia
Não de comida, ela, eu encontro nos lixos
Mas de amor, carinho, paz e compreensão
Essas fomes matam mais que Haiti
Mata a ti e mata a mim, sociedade
É dura a minha realidade
Imagino-me na marginalidade
De um mundo do meu pensamento
Que o vento passou correndo
Mas mesmo assim não levou
Deixando apenas desculpas
Para que eu continue aqui na penúria
Puta da vida com raiva da fama
De passeio alheio e ao relento
Exposto a tudo a fome e vento
Saio e procuro e o que encontro
Muros vazios, pneus em camas
Rampeiras, não, prostitutas sim
Afim de mim para matar sua fome
Deito com elas e outros mendigos
Bendigo amigos que me ensinam a viver
Da fome, da sede, da ânsia e gana
São armas usadas para sobreviver
O tempo não volta, e nos dar as costas
Seremos sempre estatísticas
De páginas policiais
Ou organogramas da desigualdade social
Ai sim passamos a fazer parte
De um noticiário nacional
De um programa de estudos
De recursos liberados
Que depois de certo tempo
Cai-se aos esquecimentos
E o que nos resta?
Voltarmos a ser o que somos
Sobreviventes do destino.
Luiz Menezes de Miranda
Obrigado pela colaboração!
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